O evento acontecerá às 16 horas na Livraria Pó dos Livros,
localizada na Av. Marquês de
Tomar, 89 A, 1050-154, no centro da capital portuguesa, e abrirá uma turnês de
lançamentos que o autor fará ao longo deste semestre em países europeus,
latino-americanos e africanos.
Com os títulos de Transtorno, Mais que o fogo e A
ocorrência, os três volumes apresentam poemas elaborados ao longo de uma
década, de 1993 a 2003, período em que o autor rompeu com as convenções
estéticas estabelecidas na cena poético-literária brasileira e procurou obsessivamente
encontrar a sua própria voz.
Conforme o autor, os poemas
de Transtorno constituem um divisor
de águas na sua trajetória criativa, iniciada no final dos anos 80. “Com esses
poemas, considero encerrado um período idealista, em que os valores literários,
estéticos, tinham mais importância do que a minha própria experiência
histórica”, afirma Oliveira.
Passando a conceber a poesia
como instante em que a linguagem se transtorna na tentativa de expressar o
sujeito e o mundo simultaneamente, o poeta brasileiro se coloca um novo desafio
nos poemas reunidos em Mais que o fogo,
que é o de trazer o eu de volta à poesia, compreendido na senda de Rimbaud e
Kierkegaard: como outro e como relação
Escrevendo obsessivamente e
sempre insatisfeito com os resultados alcançados, recusando-se a abrir mão da
idéia de poesia como invenção do impossível, Anelito de Oliveira radicaliza sua
experiência lírica nos poemas de A
ocorrência, aguçando, especialmente, a tensão entre os horizontes ético e
estético.
Para o poeta, o lançamento
em Lisboa tem um significado muito especial porque algumas de suas mais tenras
e mais atuais referências de criação poética são portuguesas – Sá de Miranda,
Pessoa, Sá Carneiro, Cesário Verde, Maria Gabriela Llansol, Al Berto -, “meus
intercessores”, diz Anelito de Oliveira lembrando Deleuze, “na nossa mesma
pátria-língua”.
Leia algumas opiniões sobre os livros
“Em todos [os livros] vi o mesmo homem a
mesma voz a mesma Busca - e a mesma linguagem, digamos: estilo [...] Vais
passando como que por entre Rilke e o Sentimento dele de outras profundidades,
que falam outras vozes e mostram outras visões: Algo é tremendo, mas não se
sabe Onde [...] Vais passando, também,como que entre Pessoa e a Tabacaria, do
outro lado da rua, rua que falam as vozes daqui e mostram as coisas daqui,
transeunte do Cotidiano”
transeunte do Cotidiano”
Vicente Cecim, via email em 15 de fevereiro 2013
“São
10 anos de digna e escassa produção. Fico pensando em quanto lhe
custou chegar a tanto. Cada poema é uma construção em que talento,
formação e vigilância se juntam. Você levou à extrema a tarefa de
combater a discursividade, em proveito de maior expressividade.
Tiradas a gordura e parte das carnes, ficou o osso da essência: duro,
como é da condição humana; afetivo e até comovente, como é próprio das
circunstâncias contemporâneas, o que justifica seja datada a coleção.
Os sinais da época. [...] Tenho muito a dizer da qualidade de certos poemas. O ligeiro tom nihilista de algumas composições, a ousadia do corte de certos
vocábulos, as oportunas intromissões de palavras ou expressões em
inglês e francês, tudo isso pede, de mim, mais detido trabalho. [...] Poucos, no Brasil, pelo que sei, chegam a seu nível no momento.”
custou chegar a tanto. Cada poema é uma construção em que talento,
formação e vigilância se juntam. Você levou à extrema a tarefa de
combater a discursividade, em proveito de maior expressividade.
Tiradas a gordura e parte das carnes, ficou o osso da essência: duro,
como é da condição humana; afetivo e até comovente, como é próprio das
circunstâncias contemporâneas, o que justifica seja datada a coleção.
Os sinais da época. [...] Tenho muito a dizer da qualidade de certos poemas. O ligeiro tom nihilista de algumas composições, a ousadia do corte de certos
vocábulos, as oportunas intromissões de palavras ou expressões em
inglês e francês, tudo isso pede, de mim, mais detido trabalho. [...] Poucos, no Brasil, pelo que sei, chegam a seu nível no momento.”
Fábio Lucas, via email em 20 de fevereiro 2013
“na sua geração vai
ser difícil encontrar alguém que tenha um plano poético que se realiza, pari e
passu, com tanta coesão como o seu. De 1993 a 2003, a sua poesia se desdobra
convictamente com uma certeza de dar inveja. Esse rigor, que não é nem um pouco
rígido, confirma a vocação do escritor através de uma década. A flexibilidade
da sua composição só faz bem a ela, pois o seu crescimento prima pela
coerência, e natural consequência.”
Armando Freitas Filho, via email em 2 de fevereiro 2013
“a
sua ventura poética, em forma de criações que acontecem [..] me deparei com a sua poesia forte e atenta
[...] o seu caminho de embates.”
Edimilson de Almeida
Pereira,
via email em 27 janeiro 2013
Acontecimentos Criativos
A série Acontecimentos
Criativos reunirá toda a produção poética de Anelito de Oliveira em volumes de
bolso, formato 10X15, que serão publicados semestralmente em boxes sempre com
três volumes. Cada box será lançado no primeiro e no último trimestre de cada
ano.
A série prevê, inicialmente,
a publicação de dez boxes, reunindo trinta coletâneas de poemas ou
poemas-longos. Este planejamento é flexível, podendo sofrer alterações,
supressão ou acréscimo de títulos. Trata-sede um planejamento com base na
produção de Anelito de Oliveira de 1988 a 2012 apenas.
O projeto da série foi concebido
e viabilizado pela INMENSA, multifuncional voltada para projetos no âmbito da
cultura, da mídia e da educação. O projeto gráfico, edição e agenciamento da
distribuição da série é de responsabilidade da Orobó Edições, editora
belorizontina fundada em 1998.
Mais sobre Inmensa e Orobó
Edições em www.inmensaeditorial.blogspot.com.br e www.oroboedicoes.blogspot.com.br
Saiba mais sobre Anelito de Oliveira
Anelito de Oliveira é um dos nomes mais expressivos da cena
literária, cultural e acadêmica brasileira de meados dos anos 90 para cá. Doutor
em Literatura Brasileira pela USP, Mestre também em Literatura Brasileira pela
UFMG, Professor da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes e,
atualmente, Pesquisador de Pós-Doutorado na Universidade Estadual de Campinas –
Unicamp.
Nascido em 1970, no Norte de
Minas Gerais, iniciou sua trajetória jornalística ainda no final do anos 80,
atuando em jornais impressos como repórter. Nos anos 90, em Belo Horizonte,
iniciou o exercício regular da crítica literária no jornal Estado de Minas, criou e editou o jornal alternativo Não, criou e editou a revista Orobó e dirigiu durante quase cinco anos
o lendário Suplemento Literário de Minas Gerais, fundado pelo ficcionista
Murilo Rubião em 1966.
Poeta, ficcionista, crítico, editor,
pesquisador e professor, Anelito de Oliveira publicou seu primeiro livro solo
em 2000 - o poema-livro Lama -,
depois de ter-se tornado bastante conhecido e reconhecimento nos meios
literário, midiático, cultural e acadêmico. Em 2004, publicou seu segundo livro
solo, intitulado Três festas A love song
as Monk, mergulhando em seguida num longo silêncio que só agora está sendo
rompido, período em que escreveu intensamente.
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