sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Primeiros volumes da série Acontecimentos Criativos, que reúne produção poética de Anelito de Oliveira, serão lançados dia 02 de março em Lisboa, na livraria Pó dos Livros, às 16hs

O poeta, ficcionista, crítico, editor, professor e pesquisador brasileiro Anelito de Oliveira lançará no próximo dia 02 de março em Lisboa (Portugal) os primeiros três volumes da série Acontecimentos Criativos, pela qual a Orobó Edições dá início à publicação de toda sua produção poética.

O evento acontecerá às 16 horas na Livraria Pó dos Livros, localizada na Av. Marquês de Tomar, 89 A, 1050-154, no centro da capital portuguesa, e abrirá uma turnês de lançamentos que o autor fará ao longo deste semestre em países europeus, latino-americanos e africanos.

Com os títulos de Transtorno, Mais que o fogo e A ocorrência, os três volumes apresentam poemas elaborados ao longo de uma década, de 1993 a 2003, período em que o autor rompeu com as convenções estéticas estabelecidas na cena poético-literária  brasileira e procurou obsessivamente encontrar a sua própria voz.









Conforme o autor, os poemas de Transtorno constituem um divisor de águas na sua trajetória criativa, iniciada no final dos anos 80. “Com esses poemas, considero encerrado um período idealista, em que os valores literários, estéticos, tinham mais importância do que a minha própria experiência histórica”, afirma Oliveira.

Passando a conceber a poesia como instante em que a linguagem se transtorna na tentativa de expressar o sujeito e o mundo simultaneamente, o poeta brasileiro se coloca um novo desafio nos poemas reunidos em Mais que o fogo, que é o de trazer o eu de volta à poesia, compreendido na senda de Rimbaud e Kierkegaard: como outro e como relação

Escrevendo obsessivamente e sempre insatisfeito com os resultados alcançados, recusando-se a abrir mão da idéia de poesia como invenção do impossível, Anelito de Oliveira radicaliza sua experiência lírica nos poemas de A ocorrência, aguçando, especialmente, a tensão entre os horizontes ético e estético.

Para o poeta, o lançamento em Lisboa tem um significado muito especial porque algumas de suas mais tenras e mais atuais referências de criação poética são portuguesas – Sá de Miranda, Pessoa, Sá Carneiro, Cesário Verde, Maria Gabriela Llansol, Al Berto -, “meus intercessores”, diz Anelito de Oliveira lembrando Deleuze, “na nossa mesma pátria-língua”.

 

Leia algumas opiniões sobre os livros

 





 

“Em todos [os livros] vi o mesmo homem a mesma voz a mesma Busca - e a mesma linguagem, digamos: estilo [...] Vais passando como que por entre Rilke e o Sentimento dele de outras profundidades, que falam outras vozes e mostram outras visões: Algo é tremendo, mas não se sabe Onde [...] Vais passando, também,como que entre Pessoa e a Tabacaria, do outro lado da rua, rua que falam as vozes daqui e mostram as coisas daqui,
transeunte do Cotidiano”

Vicente Cecim, via email em 15 de fevereiro 2013

 

“São 10 anos de digna e escassa produção. Fico pensando em quanto lhe
custou chegar a tanto. Cada poema é uma construção em que talento,
formação e vigilância se juntam. Você levou à extrema a tarefa de
combater a discursividade, em proveito de maior expressividade.
Tiradas a gordura e parte das carnes, ficou o osso da essência: duro,
como é da condição humana; afetivo e até comovente, como é próprio das
circunstâncias contemporâneas, o que justifica seja datada a coleção.
Os sinais da época. [...] Tenho muito a dizer da qualidade de certos poemas. O ligeiro tom nihilista de algumas composições, a ousadia do corte de certos
vocábulos, as oportunas intromissões de palavras ou expressões em
inglês e francês, tudo isso pede, de mim, mais detido trabalho. [...] Poucos, no Brasil, pelo que sei, chegam a seu nível no momento.”

Fábio Lucas, via email em 20 de fevereiro 2013

 

“na sua geração vai ser difícil encontrar alguém que tenha um plano poético que se realiza, pari e passu, com tanta coesão como o seu. De 1993 a 2003, a sua poesia se desdobra convictamente com uma certeza de dar inveja. Esse rigor, que não é nem um pouco rígido, confirma a vocação do escritor através de uma década. A flexibilidade da sua composição só faz bem a ela, pois o seu crescimento prima pela coerência, e natural consequência.”

 

Armando Freitas Filho, via email em 2 de fevereiro 2013

  

“a sua ventura poética, em forma de criações que acontecem [..]  me deparei com a sua poesia forte e atenta [...] o seu caminho de embates.”

Edimilson de Almeida Pereira, via email em 27 janeiro 2013

 

 

Acontecimentos Criativos

 

A série Acontecimentos Criativos reunirá toda a produção poética de Anelito de Oliveira em volumes de bolso, formato 10X15, que serão publicados semestralmente em boxes sempre com três volumes. Cada box será lançado no primeiro e no último trimestre de cada ano.

A série prevê, inicialmente, a publicação de dez boxes, reunindo trinta coletâneas de poemas ou poemas-longos. Este planejamento é flexível, podendo sofrer alterações, supressão ou acréscimo de títulos. Trata-sede um planejamento com base na produção de Anelito de Oliveira de 1988 a 2012 apenas.

O projeto da série foi concebido e viabilizado pela INMENSA, multifuncional voltada para projetos no âmbito da cultura, da mídia e da educação. O projeto gráfico, edição e agenciamento da distribuição da série é de responsabilidade da Orobó Edições, editora belorizontina fundada em 1998. 


 
 
Saiba mais sobre Anelito de Oliveira
    









Anelito de Oliveira é um dos nomes mais expressivos da cena literária, cultural e acadêmica brasileira de meados dos anos 90 para cá. Doutor em Literatura Brasileira pela USP, Mestre também em Literatura Brasileira pela UFMG, Professor da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes e, atualmente, Pesquisador de Pós-Doutorado na Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.

Nascido em 1970, no Norte de Minas Gerais, iniciou sua trajetória jornalística ainda no final do anos 80, atuando em jornais impressos como repórter. Nos anos 90, em Belo Horizonte, iniciou o exercício regular da crítica literária no jornal Estado de Minas, criou e editou o jornal alternativo Não, criou e editou a revista Orobó e dirigiu durante quase cinco anos o lendário Suplemento Literário de Minas Gerais, fundado pelo ficcionista Murilo Rubião em 1966.

Poeta, ficcionista, crítico, editor, pesquisador e professor, Anelito de Oliveira publicou seu primeiro livro solo em 2000 - o poema-livro Lama -, depois de ter-se tornado bastante conhecido e reconhecimento nos meios literário, midiático, cultural e acadêmico. Em 2004, publicou seu segundo livro solo, intitulado Três festas A love song as Monk, mergulhando em seguida num longo silêncio que só agora está sendo rompido, período em que escreveu intensamente.

 

 

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